sexta-feira, 22 de março de 2013

ENTRE O POVO DE DEUS, SEM PERDER O SABOR DO MUNDO?


“E o populacho que estava no meio deles veio a ter grande desejo das comidas dos egípcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e também disseram: Quem nos dará carne a comer? Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos. Agora, porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este maná.”
(Números 11.4-6)


Um grande número de pessoas tem ido à igreja em busca de soluções imediatas para seus problemas materiais. Querem estar ao lado daqueles que “operam milagres”, que “profetizam” coisas boas a seu respeito, alimentando a esperança de que um “mundo sem dor” possa ser a realidade em suas vidas. Quando a motivação da comunhão não é a verdadeira conversão, mas sim interesses por coisas terrenas, há grande fastio pelo alimento oferecido pela graça de Deus, passando-se a querer, de fato, aquilo que sacia os desejos da carne. O resultado acaba sendo a murmuração, que logo contamina todo o povo em volta.

O capitulo 11 do livro de Números é importante para refletirmos um pouco sobre essa questão. O versículo quatro fala de um “populacho” no meio do povo, com saudoso apetite pela comida do Egito. Um rico cardápio de legumes é citado em seguida: “peixes, pepinos, melões, alhos silvestres, cebolas, alhos” (v.5). Mas o desejo maior é por “carne”, na reivindicação: “Quem nos dará carne a comer”? (v.4). A manifestação desse desejo logo contamina todo o povo, e grande parte dos israelitas começam a se lamentar.

Aprendemos nesse episódio como o povo de Deus pode ser influenciado por aqueles que “comungam” ao seu redor. Quando estamos cercados de pessoas que têm como único interesse as coisas do mundo, a tendência é não vermos os benefícios que já obtivemos pela graça de Deus. Assim, os israelitas chegaram a esquecer de sua antiga condição como escravos no Egito – do chicote, do trabalho forçado e de tantas outras ofensas e submissões. O cerne da ingratidão é o seu esquecimento, pois com isso desprezaram a bondade de Deus por eles. Essa “multidão de estrangeiros", viajando com Israel, é similar aos membros mundanos da igreja de hoje, cujos corações ainda estão no “Egito”! Em lugar de reconhecer o presente da bondade de Deus, relembram-se das coisas carnais do seu passado no mundo.

Aprendemos também que esse “populacho” é capaz de fazer qualquer coisa para que o pão de Deus passe a ter o sabor do alimento do mundo (v.8). Em Êxodo 16.31 vemos que o maná tinha gosto de mel, mas aqui os judeus estavam tentando "melhorar" o maná, para que ficasse com gosto de azeite. Infelizmente hoje muitos querem uma igreja com sabor de mundo. Propaga-se muito o show gospel, o forró gospel, a boate gospel, com imitações do jogo de luzes, da fumaça e de outros adereços mais. Tudo “de Deus”, mas sem perder o tempero daquilo que se gostava no mundo. O sabor de mel do maná recebido não mais satisfaz, e fazem de tudo para que tenha o sabor de azeite. Mas será que é possível, necessário, ou mesmo da vontade do Senhor manter-se ENTRE O POVO DE DEUS, SEM PERDER O SABOR DO MUNDO?

Rev. João Figueiredo de Araújo

sábado, 9 de março de 2013

AMANHA VAI SER DIFERENTE


“Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe. Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes.”
(Salmos 126.4-6)

Nem sempre a nossa vida está como gostaríamos que ela estivesse. O lugar em que vivemos, as pessoas, o trabalho e até mesmo a nossa própia casa nem sempre são o terreno fácil que esperávamos para fazer uma boa colheita. Quando a terra fica ociosa por muito tempo torna-se estéril, quase impossível de ser trabalhada, e qualquer colheita dali só com muito esforço.

Para ilustrar essa situação o salmista utiliza a figura de um agricultor em sua difícil jornada de trabalho, imagem que é reforçada pela expressão “com lágrimas”. Porém, apesar das lutas e do trabalho exaustivo, ainda persiste a anseio por dias melhores, e esse desejo é manifestado com o pedido: Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe.” (v.4). Se acaso você tem experimentado essa realidade em sua vida encontrará no texto uma fonte inspiradora de esperança e alegria.

A primeira lição a ser destacada do texto é que o Senhor transforma a nossa sorte nas experiências com dor. Cremos em um Deus que intervém sempre positivamente, mudando de forma drástica a realidade que produze cativeiros e angústias na vida. O salmista escolhe as torrentes no Neguebe” para ilustrar essa realidade. No Deserto de Neguebe, ao sul da Palestina, os cursos d’água ficam totalmente secos e sem vida durante o verão. Mas com as primeiras chuvas do inverno voltam a ficar cheios rapidamente, fazendo resurgir a vegetação e a esperança para toda a região. O propósito maior da metáfora foi destacar a extraordinária capacidade de restauração divina.

A segunda lição é que as dificuldades da vida rendem frutos no seu devido tempo, como dá a entender o versículo 5. O semear com lágrimas caracteriza as dificuldade da vida; a colheita alegre é a alusão ao júblio da vitória. A mensagem é bastante clara: a situação presente pode ser um deserto – seco e sem possibilidades de vida. No entanto, mediante a intervenção extraordinária de Deus, ainda veremos uma colheita abundante. A alegria dos novos frutos fará você esquecer as dificuldades do tempo dificil que enfrentou.

Finalmente aprendemos que a dor não é para sempre. Deus está do lado das pessoas que sofrem maus tratos com “chicotadas” impiedosas da vida. Mas não devemos nunca perder a esperança, pois há um libertador que é capaz e compromisado conosco. Nossa história será reescrita mediante a manifestação da graça divina.

Sem dúvida podemos vislumbrar todo esse cuidado na pessoa de Jesus. Sua mensagem traz esperança a todos que sofrem. Quando confiamos em Cristo, nossas lágrimas nunca serão a derradeira manifestação, mas sim o prenúncio da alegria no Espírito Santo, com fundamento na esperança da restauração. Quando vivemos de acordo com a Palavra de Deus podemos ter a viva certeza de que AMANHÃ VAI SER DIFERENTE.

Rev. João Figueiredo de Araújo