“E,
então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os
trabalhadores são poucos. Rogai,
pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.”
(Mateus 9.37-38)
Martinho Lutero
tinha um amigo, também frade da Igreja Católica romana no início do século 16, que
compartilhava com ele sobre a inadiável necessidade de reformulação na fé
cristã então professada. E eles chegaram assim a um acordo: Lutero sairia para
realizar a Reforma na prática, enquanto seu amigo ficaria dando cobertura em oração
no mosteiro. Assim começaram sua
importante obra, que gerou o movimento cristão protestante, do qual a Igreja
Presbiteriana do Brasil herdou a doutrina original.
Durante um sonho, esse
frade amigo de Lutero viu um imenso campo de trigo, tão grande quanto o próprio
mundo. E havia apenas um homem tentando fazer a colheita, numa tarefa
claramente impossível e desencorajadora. Adiante ele viu o rosto do ceifeiro
solitário, e era o seu amigo reformador. Ele entendeu então uma realidade: seu
trabalho seria muito mais útil junto a Lutero, no campo, do que orando sozinho no
mosteiro.
Uma
das verdades mais surpreendentes da Bíblia é que Deus, na sua absoluta
soberania sobre a história da humanidade, encarrega um grupo eleito de pessoas
para realizar a sua obra. É um tanto paradoxal pensar como um Deus todo
poderoso precise de algo. Mas é exatamente isso que encontramos nas Escrituras
Sagradas. Essa verdade demonstra o princípio claro de que não se faz sozinho uma
colheita. Nosso Deus soberano, movido por sua própria vontade, decidiu que
seriam pessoas como eu e você que levariam a todos os rincões do mundo as Boas
Novas da salvação pelo Evangelho de Cristo.
A
pregação de Jesus Cristo teria ficado restrita à Palestina, não fossem os seus
discípulos. A sua ordenança é que todos devem ouvir a seu Evangelho, e que isso
seja feito por intermédio daqueles que já ouviram e nele crêem. Primeiramente
precisamos aceitar essa diretiva, entendendo que o campo é grande, sendo
necessário muitos para dar conta do imenso trabalho. Depois devemos orar para
que o dono do campo envie trabalhadores, sendo nós mesmos os primeiros voluntários,
assim como fez o profeta Isaias: “Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem
há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6.8).
É
curioso, e até irônico, ter Jesus evidenciado a falta de trabalhadores, quando
havia tantos líderes religiosos nas sinagogas de Israel naquela época. E isso
se reflete também na realidade dos tempos atuais, com diversas denominações
ditas cristãs e tantas pessoas em igrejas, mas ainda um trabalho imenso por
fazer. A grande verdade é que existe uma diferença entre ser religioso e ser um
trabalhador da ceara do Senhor!
Muitos
estão na Igreja sem nenhuma preocupação com a extensão do Reino de Deus. A
falta de trabalhadores não é devido à falta de direcionamento de Deus para o
chamado, mas a falta de vontade dos homens em ouvir e obedecer. Muitos esperam
e até oram por uma Igreja grande. Mas não atentam para o fato de que os RESULTADOS
SÃO PROPORCIONAIS À DISPONIBILIDADE DE CADA UM.