sábado, 12 de outubro de 2013

RESULTADOS SÃO PROPORCIONAIS À DISPONIBILIDADE DE CADA UM

“E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.”
(Mateus 9.37-38)

Martinho Lutero tinha um amigo, também frade da Igreja Católica romana no início do século 16, que compartilhava com ele sobre a inadiável necessidade de reformulação na fé cristã então professada. E eles chegaram assim a um acordo: Lutero sairia para realizar a Reforma na prática, enquanto seu amigo ficaria dando cobertura em oração no mosteiro.  Assim começaram sua importante obra, que gerou o movimento cristão protestante, do qual a Igreja Presbiteriana do Brasil herdou a doutrina original.

Durante um sonho, esse frade amigo de Lutero viu um imenso campo de trigo, tão grande quanto o próprio mundo. E havia apenas um homem tentando fazer a colheita, numa tarefa claramente impossível e desencorajadora. Adiante ele viu o rosto do ceifeiro solitário, e era o seu amigo reformador. Ele entendeu então uma realidade: seu trabalho seria muito mais útil junto a Lutero, no campo, do que orando sozinho no mosteiro.

Uma das verdades mais surpreendentes da Bíblia é que Deus, na sua absoluta soberania sobre a história da humanidade, encarrega um grupo eleito de pessoas para realizar a sua obra. É um tanto paradoxal pensar como um Deus todo poderoso precise de algo. Mas é exatamente isso que encontramos nas Escrituras Sagradas. Essa verdade demonstra o princípio claro de que não se faz sozinho uma colheita. Nosso Deus soberano, movido por sua própria vontade, decidiu que seriam pessoas como eu e você que levariam a todos os rincões do mundo as Boas Novas da salvação pelo Evangelho de Cristo.

A pregação de Jesus Cristo teria ficado restrita à Palestina, não fossem os seus discípulos. A sua ordenança é que todos devem ouvir a seu Evangelho, e que isso seja feito por intermédio daqueles que já ouviram e nele crêem. Primeiramente precisamos aceitar essa diretiva, entendendo que o campo é grande, sendo necessário muitos para dar conta do imenso trabalho. Depois devemos orar para que o dono do campo envie trabalhadores, sendo nós mesmos os primeiros voluntários, assim como fez o profeta Isaias: Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6.8).

É curioso, e até irônico, ter Jesus evidenciado a falta de trabalhadores, quando havia tantos líderes religiosos nas sinagogas de Israel naquela época. E isso se reflete também na realidade dos tempos atuais, com diversas denominações ditas cristãs e tantas pessoas em igrejas, mas ainda um trabalho imenso por fazer. A grande verdade é que existe uma diferença entre ser religioso e ser um trabalhador da ceara do Senhor!

Muitos estão na Igreja sem nenhuma preocupação com a extensão do Reino de Deus. A falta de trabalhadores não é devido à falta de direcionamento de Deus para o chamado, mas a falta de vontade dos homens em ouvir e obedecer. Muitos esperam e até oram por uma Igreja grande. Mas não atentam para o fato de que os RESULTADOS SÃO PROPORCIONAIS À DISPONIBILIDADE DE CADA UM.


Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO