“Pois bem,
ainda que eu sinta plena liberdade em Cristo para te ordenar o que convém,
prefiro, todavia, solicitar em nome do amor, sendo o que sou, Paulo, o velho e,
agora, até prisioneiro de Cristo Jesus; sim, solicito-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas.”
(Filemon 1.8-10)
Há
muitas pessoas que se respaldam na sua autoridade (e muitas vezes até abusam
dela), quando querem fazer prevalecer os seus interesses. O autoritarismo,
assim, passa a ser o caminho mais curto para conseguir aquilo que querem. Em
nome de si mesmas, agem como se fossem donas do mundo, sobre o qual pensam ter
algum poder.
Na contramão
desse modo de agir vemos o exemplo do apóstolo Paulo, que se coloca de forma
bastante humilde em relação à autoridade que lhe foi conferida. Na posição em que
Deus o colocou poderia ter exigido o que desejava naquele momento e situação. Mas
preferiu humildemente pedir, em lugar de exigir.
A característica
mais marcante de um presente está exatamente no fato de ser algo dado
livremente, sem obrigação por parte de quem dá. Se, ao contrário, o presente
for dado por uma obrigação devida, deixa de ser presente, por definição. Quando
aquilo que recebemos obedece ao critério de ser fruto de um pedido, as nossas
conquistas passam a ter um significado muito mais especial, com toda certeza.
O
modelo de liderança utilizado por Paulo é simples. Porém, até por isso mesmo,
seja difícil para muitos de nós. Isso é devido à pré-disposição da nossa carne em
querer se impor em suas vontades. Por essa razão, o que prevalece na maioria
das vezes é o modo autoritário. Ao agir pelo Espírito, Paulo reverte essa
situação. Ele faz uma abordagem diplomática, cautelosa e com muito amor em suas
palavras.
O que
podemos concluir desse belíssimo exemplo? Que existem formas diferentes da
autoritária para conseguirmos aquilo que queremos. Porém, apenas uma só dessas
formas é investida de valor que excede ao objeto das nossas conquistas. Essa
forma não é truculenta e nem autoritária, mas acima de tudo é feita EM NOME DO
AMOR.
Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO