domingo, 14 de setembro de 2014

TODAS AS COISAS... TODOS OS DIAS...

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.”
(Mateus 28.19-20)

Cristo tem sido usado como amuleto de proteção e segurança por vários segmentos e manifestações religiosas diversas. De uma forma ou de outra, apesar de não se considerarem cristãos, um grande número de pessoas têm por certo que podem tirar algum tipo de vantagem própria reconhecendo, para isso, que Jesus tem poder.

Essas pessoas esquecem, no entanto, que antes de Jesus Cristo prometer estar conosco todos os dias, primeiro nos ordenou que guardássemos todas as coisas por ele ensinadas! Infelizmente, muitos querem sua presença todos os dias, mas não querem guardar todas as coisas que ele nos ensinou.

A unidade mística no Corpo de Cristo – a Igreja – vai muito além da informação ou do mero conhecimento da pessoa de Jesus. Ao contrário, quando estudamos com o devido cuidado os Evangelhos, percebemos que os ensinamentos de Cristo nunca tiveram como objetivo ficar limitados apenas aos seus seguidores mais próximos.

Encontramos um bom exemplo dessa afirmação, quando os discípulos querem saber qual seria o tempo da restauração do reino de Israel. Em lugar de responder objetivamente, Jesus passa a dar instruções sobre como eles deveriam se comportar como testemunhas do Reino de Deus: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1.8). Essa instrução foi para produzir neles o sentimento de obediência aos mandamentos de Deus.

A prática cristã é um ponto muito importante a observar em nossa vida. Tiago nos adverte sobre o perigo de cristãos que se tornam apenas ouvintes, e não praticantes, quando nos diz: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tiago 1.22). Somente aquele que persevera na palavra, completa mais adiante, “(...) será bem-aventurado no que realizar” (v.25). Assim, não esqueçamos que a ordenança de Jesus a ser seguida é: TODAS AS COISAS... ("que vos tenho ordenado") TODOS OS DIAS ("até a consumação do século").

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

NÃO EXISTE VAZIO DE PODER

“Foram, certa vez, as árvores ungir para si um rei e disseram à oliveira: Reina sobre nós. Porém a oliveira lhes respondeu: Deixaria eu o meu óleo, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores? Então, disseram as árvores à figueira: Vem tu e reina sobre nós. Porém a figueira lhes respondeu: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto e iria pairar sobre as árvores? Então, disseram as árvores à videira: Vem tu e reina sobre nós. Porém a videira lhes respondeu: Deixaria eu o meu vinho, que agrada a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores? Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós. Respondeu o espinheiro às árvores: Se, deveras, me ungis rei sobre vós, vinde e refugiai-vos debaixo de minha sombra; mas, se não, saia do espinheiro fogo que consuma os cedros do Líbano.”
(Juízes 9.8-15)

Na grande maioria, todos desejam um bom governo para conduzir os rumos da nossa sociedade, por intermédio do qual venhamos a ter estabilidade e segurança. É bem certo que, ultimamente, em época de eleições, não tem sido uma tarefa das mais fáceis encontrar bons candidatos à liderança política, em todos os níveis. Na falta de boas opções, corremos o risco muito grande de não eleger os melhores representantes.

A passagem bíblica acima bem ilustra essa situação, de forma alegórica, com um conjunto de árvores buscando um bom rei para governar sobre elas, subentendendo essa tão sonhada segurança e estabilidade. Para isso, saem diligentemente à procura do candidato adequado para assumir o cargo.

Nas três primeiras abordagens, os respectivos candidatos convidados consideram suas atuais responsabilidades muito mais relevantes e úteis do que servir como rei. Decepcionadas pela recusa, e na falta de outras opções, aquele conjunto árvores se vê obrigado a convidar um espinheiro, mesmo sendo este naturalmente um incômodo para praticamente todas elas.

E o espinheiro ainda responde, aceitando o convite, em um tom de ameaça: “Se, deveras, me ungis rei sobre vós, vinde e refugiai-vos debaixo de minha sombra; mas, se não, saia do espinheiro fogo que consuma os cedros do Líbano” (v15).

A lição é muito clara: eleger um líder impróprio, simplesmente por falta de opção, pode levar à destruição até mesmo do mais forte segmento da sociedade, no caso “cedros do Líbano”. Portanto, nunca devemos esquecer que NÃO EXISTE VAZIO DE PODER: se os bons não se apresentam, os maus acabam governando em seu lugar, e os resultados disso são imprevisíveis.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO