“Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de
teus filhos. Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para
mim; até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles.”
(Salmo 73.15-17)
Em momentos de crise nos
tornamos mais frágeis e passíveis de alimentar sentimentos de revolta, que
certamente tornarão o nosso sofrimento ainda maior. Podemos, assim, olhando para
aqueles afortunados que não temem a Deus, concluir equivocadamente que a vida
deles é melhor do que a nossa.
É exatamente esse sentimento que
tira a paz do salmista acima, em sua crise pessoal. Ao olhar para os ímpios, ele
conclui que esses aparentemente tinham uma vida mais agradável e fácil do que a
sua, como homem justo. Essa experiência triste do salmista nos ensina algumas
lições úteis para enfrentar momentos difíceis como o dele.
Embora as dúvidas façam parte da
nossa humanidade, devemos ter sabedoria para discernir com quem compartilhar as
nossas angústias. O salmista, sem compreender o seu sofrimento, é tentado a
falar de suas aflições. Mas, ao refletir e constatar que o seu testemunho não
contribuiria para as gerações seguintes, resolve então não mais compartilhar a sua
ansiedade.
A prosperidade do ímpio pode ser,
ou não, breve e incerta, mas não nos cabe julgar e nem falar sobre isso, é
soberania de Deus! Inicialmente foi difícil para o salmista compreender como
podiam aqueles que não temiam a Deus terem sua vida aparentemente melhor do que
a dele. Essa ansiedade perdurou até que ele entrou no Santuário do Senhor.
Ao ter contato com as Sagradas
Escrituras, ele enfim compreende que os ímpios eram dignos de misericórdia, e
não da sua angústia: “Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente,
acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de
Deus” (Romanos 2.5). Quando não somos precipitados, buscamos a
Palavra e confessamos nossas ansiedades diante de Jesus Cristo – o Filho de
Deus – sentimos uma paz imensa no coração, que só têm aqueles que alcançam
INTIMIDADE COM DEUS.
Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO