sexta-feira, 9 de novembro de 2012

CONSELHO DE QUEM JÁ VIVEU UM POUCO MAIS


“Dura resposta deu o rei ao povo, porque desprezara o conselho que os anciãos lhe haviam dado; e lhe falou segundo o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai fez pesado o vosso jugo, porém eu ainda o agravarei; meu pai vos castigou com açoites; eu, porém, vos castigarei com escorpiões.”
(1 Reis 12.13-14)

O desprezo ao potencial daqueles que já alcançaram idade mais avançada pode trazer consequências muito graves. A ênfase exagerada na juventude, colocando os mais vividos em segundo plano, despreza a grande contribuição que eles podem nos dar. Muitas vezes a opinião dos mais velhos é considerada ‘retrógrada’ e, por isso, rejeitada por aqueles que se consideram ‘modernos’.

O texto de hoje é um exemplo de que essa opinião está equivocada, nos ensinando a considerar com muito respeito o conselho daqueles que já viveram mais do que nós. Suas experiências e observações devem ser levadas em conta com todo o carinho, e desconsiderá-las pode custar muito caro.

A passagem retrata não só diferentes opiniões sobre uma mesma situação, mas também a diferença de abordagem entre duas gerações. De um lado os jovens, cheios de sonhos e pouca experiência. No vigor da sua juventude se elevam à condição de ‘semideuses’, desprezando a experiência acumulada por aqueles mais experimentados pelo tempo.  Do outro os idosos, sem sonhos ou idealismos exagerados, mas apoiados na prudência de quem já viveu o bastante para compreender o valor do seu aconselhamento: Tomou o rei Roboão conselho com os homens idosos que estiveram na presença de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais que se responda a este povo? Eles lhe disseram: Se, hoje, te tornares servo deste povo, e o servires, e, atendendo, falares boas palavras, eles se farão teus servos para sempre” (1 Reis 12.6-7).

O texto mostra o perigo de rejeitarmos completamente os conselhos dos mais vividos, em favor da insensatez de pessoas inexperientes. Muitos jovens seguem apenas as orientações de outros jovens, porque agradam às suas vaidades e incitam ao prazer. Mas isso é muito perigoso, pois normalmente os melhores amigos são os mesmos que na maioria das vezes levam à ruína.

O conselho da juventude foi oposto ao dos idosos. Roboão tinha dois caminhos diferentes a seguir: um o levaria a glória, o outro ao fracasso, e preferiu seguir o conselho que, em verdade, mais gostou de ouvir. Ele não era um jovem adolescente, pois tinha 41 anos idade como diz o texto: Roboão, filho de Salomão, reinou em Judá; de quarenta e um anos de idade era Roboão quando começou a reinar (...)” (1 Reis 14.12a). Nem tão pouco tomou sua decisão forçado pelo calor das emoções. Pelo contrário, foi uma decisão pensada, provavelmente com base no que ele imaginava ser o melhor. Talvez como muitos jovens igualmente façam hoje, quando rejeitam o CONSELHO DE QUEM JÁ VIVEU UM POUCO MAIS.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAUJO