sábado, 29 de dezembro de 2012

UM LUGAR PARA JESUS


“e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.”
(Lucas 2.7)

É realmente impressionante pensar que a História, ainda hoje, continua a mesma: Jesus sem encontrar pousada em muitos corações. Quando do seu nascimento, Jesus também não teve lugar para ficar, como nos mostra o texto em referência. Esse fato não mudou muito quando ele já era adulto: “(...) mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lucas 9.58). E a rejeição continua na sua Igreja – “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Apocalipse 3.20) – e na humanidade em geral: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa” (1 Pedro 2.4).

Essa rejeição não é inocente. Em sua essência, expresa a condição de um mundo caído, que rejeita a luz, pois jaz no Maligno. Assim, muitos deixam de desfrutar do maior presente já dado por Deus na História da humanidade. A narrativa de hoje mostra como a falta de uma decisão acertada pode nos privar do maior e mais importante valor. Mas afinal, o que poderia levar alguém a não abrir o coração para Jesus entrar em sua vida? Muitos motivos podem ser apresentados, mas vamos nos concentrar em apenas três deles.

O primeiro motivo é que muitos desconhecem ou estão cegos para o imensurável valor do nosso Messias. Jamais negaríamos lugar para alguma coisa que entendêssemos ter valor. Não largarmos por aí o nosso dinheiro, por exemplo, ou ainda os nossos bens e qualquer outra coisa a que atribuímos algum valor. Por não reconhecer o valor de Jesus Cristo, muitos perdem a oportunidade de desfrutar do Messias prometido, do Salvador que nos livra da culpa e do poder do pecado, do Rei eterno e detentor de todo poder nos céus e na terra.

Como segundo motivo temos que o valor de Cristo, quando conhecido, pode ser mal entendido e, assim, não lhe é dado um lugar adequado. As pessoas geralmente colocam as coisas materiais acima das espirituais. Estão mais preocupadas com a condição social e colocam o dinheiro acima dos valores do Reino de Deus. Se o dono da hospedaria não tivesse julgado as aparências daquela família, poderia ter compreendido o valor daquele que estava no ventre de Maria e, certamente, teria reservado o melhor lugar para a sua hospedagem.

Finalmente, o terceiro motivo é a rejeição pura e simples ao valor de Jesus, mesmo quando temos conhecimento e entendimento sobre ele como o Messias. Falta, então, sabedoria para viver plenamente uma vida em Cristo. O dono da hospedaria enviou Maria para conceber o Salvador junto aos animais da estrebaria. Este é um grande paradoxo: Jesus ter vindo ao mundo para salvar a humanidade, mas ser sido recebido entre os animais da terra.

É lamentável constatar que Jesus ainda não tenha sido acolhido nos corações de grande parte das pessoas. Em decorrência disso muitos estão sem direção, sem esperança e sem a Luz que ilumina na escuridão, pois o mundo é de trevas. E o mais grave: muitos estarão sujeitos a serem condenados à morte física e espiritual, pois sem Jesus não há salvação para a vida eterna no Reino de Deus. Assim, com a chegada do Natal, não deixe a História se repetir em você. Que ao menos em seu coração haja sempre UM LUGAR PARA JESUS.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

LADRÕES DE CORAÇÕES


“Levantando-se Absalão pela manhã, parava à entrada da porta; e a todo homem que tinha alguma demanda para vir ao rei a juízo, o chamava Absalão a si e lhe dizia: De que cidade és tu? Ele respondia: De tal tribo de Israel é teu servo. Então, Absalão lhe dizia: Olha, a tua causa é boa e reta, porém não tens quem te ouça da parte do rei. (...) Desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo e, assim, ele furtava o coração  dos homens de Israel.”
(2 Samuel 15.2-3, 6)

A experiência deixada pela 2º Guerra Mundial, no século passado, nos dá a dimensão de como um grande líder pode ser usado não para fazer o bem, mas para praticar muitos males. Na reflexão de hoje, queremos destacar o personagem bíblico Absalão, filho de Davi, como um exemplo de liderança negativa. Foi ele, sem dúvida, alguém com grande habilidade de convencer as pessoas. Porém não para fazer o bem, mas sim o mal. Foram inegáveis as qualidades de Absalão como um grande líder. Caso tivesse usado essa capacidade de outra forma, a sua história poderia ter sido muito diferente.

A estratégia de Absalão, ao ‘furtar o coração’ das pessoas, nos permite entender como alguém pode ser inteligente o suficiente para prejudicar, com eficiência, o trabalho de um líder. Sem confrontar diretamente a autoridade do rei Davi, seu pai, ele trabalha pacientemente o coração do povo, convencendo pessoa por pessoa de supostas deficiências existentes no reino. Ao não lembrar os grandes feitos de Davi no passado, ele traz a tona apenas as dificuldades enfrentadas no momento, colocando a culpa de tudo no seu próprio pai. Dessa forma, ele usa a mesma estratégia do mal no coração das pessoas incautas. Satanás ressalta sempre os problemas pessoais vividos no presente, sem deixar ver tudo o que Deus, nosso Pai, já realizou na vida de todos nós.

É válido destacar que, ao contrário de Deus, o rei Davi havia negligenciado em atender as necessidades básicas do seu povo. Toda vez que um líder deixa de cumprir a sua função de líder, abre espaço para a ação de lideranças negativas no seu universo. A insatisfação e a frustração compõem terreno fértil para fazer crescer a semente da discórdia entre as pessoas. É sempre muito mais difícil conquistar o coração de alguém que se sente amado e bem cuidado. Como líderes, devemos sempre ter em mente esse aspecto fundamental da liderança positiva. Se bem cumprirmos cada um de nós a nossa função como líder, não haverá espaço para lideranças negativas em nosso ambiente. Os ladrões, por certo, agem com mais facilidade quando encontram a porta aberta. Dessa forma, precisamos fechar todas as portas para o mal, por intermédio de um trabalho leal, intenso e com total dedicação aos liderados.

Porém, é certo que nunca teremos a certeza absoluta de que o ladrão não entrará em nossa casa, por mais segura que ela seja. Mas precisamos dificultar ao máximo o seu trabalho. Nosso objetivo, como líderes, é compartilhar a graça e o amor de Cristo com as pessoas. Precisamos ser sempre amáveis e cordiais para com todos. Assim, reduzimos o espaço de ação dos LADRÕES DE CORAÇÕES, fazendo com que todos sintam o seu valor no amor de Jesus.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A LIDERANÇA REVELADA NAS ADVERSIDADES


“Disse, pois, Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos; porventura, o Senhor nos ajudará nisto, porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos.”
(1 Samuel 14.6)

Ao contemplarmos a História, vemos que algumas pessoas tiveram participação especial na trajetória dos seus povos. São aqueles que foram capazes de realizar o que seria impossível para a grande maioria. São esses os grandes líderes, que são revelados em algum momento especial para cada povo. Jônatas, filho do rei Saul de Israel, é um desses personagens da História. Ele acumulou para si atributos irrepreensíveis de coragem, generosidade e devoção integral à causa do seu povo. Inicialmente a Bíblia nada descreve sobre ele. Mas quando é citado pela primeira vez já aparece tendo sob seu comando mil homens de Israel, prontos para uma batalha (cap. 13.2). Em Jônatas encontramos algumas características especiais, indispensáveis para compor o perfil de um grande líder.

A verdadeira liderança é normalmente revelada em situações de crise. No lugar de desespero e aflição, vemos que um líder mantém a calma frente às circunstâncias adversas, eleva a visão acima da situação e contempla o que ninguém consegue ver naquele momento. Porém, a liderança deve ser exercida com cuidadosa estratégia, evitando fazer face ao desencorajamento por parte das pessoas que não têm a mesma visão privilegiada do líder: O povo não sabia que Jônatas tinha ido” (v.3b). Jônatas sai secretamente à noite, ao início madrugada, levando com ele apenas o seu escudeiro. Se comunicasse de antemão o projeto aos seus pares, mesmo que para si mesmo fosse uma tarefa viável, seria o mesmo que frustrar a sua realização por restrições dos demais. Ele sente um chamado especial para realizar algo importante e, assim, prossegue na ação com empenho e confiança inabaláveis.

O líder mantém firme a convicção da aliança de Deus consigo e com o seu povo: "Disse, pois, Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos (...)” (v.6a). Observe aqui que a confiança de Jonatas não era apenas em si, mas principalmente no seu Deus da aliança. Por confiar nas promessas do Senhor, ele seguiu em frente sem titubear. Para Jonatas não importava quantos estavam ao seu lado na missão. O mais importante era a certeza de que Deus seria fiel em cumprir as suas promessas: “ (...) porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos” (v.6b).

O líder é sempre muito responsável naquilo que faz, pois a confiança em Deus não significa deixar de adotar as táticas adequadas a cada vitória: Se nos disserem assim: Parai até que cheguemos a vós outros; então, ficaremos onde estamos e não subiremos a eles. Porém se disserem: Subi a nós; então, subiremos, pois o Senhor no-los entregou nas mãos. Isto nos servirá de sinal” (v.9-10). De igual modo, o autocrontole é um dos ingredientes imprescindíveis ao comportamento de grandes líderes. Na verdade, a capacidade de manter a calma em momentos de crise é que irá distinguir o líder de um chefe qualquer. O fato de observar com atenção todas as circunstâncias antes de agir, também contribui sobremaneira para o advento do sucesso. Podemos concluir afirmando que é nos momentos de crise que conhecemos os grandes líderes na vida, demonstrando nesse texto bíblico que A LIDERANÇA REVELADA NAS ADVERSIDADES pode fazer a diferença no destino de um povo.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O VALOR DAS GRANDES OPORTUNIDADES


“Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi.”
(Atos 8.26)

Uma oportunidade é como, de repente, você encontrar um navio que te leve ao lugar com o qual você sonha, mas não tem, ou mesmo não sabe como ir. A oportunidade, nessa forma de entendimento, é como um porto, pois sem ele você não tem como embarcar, e muito menos o navio como zarpar.

As oportunidades em nossas vidas, assim, são momentos muito preciosos e, às vezes, difíceis de identificar. Mas são sempre indispensáveis ao nosso crescimento. Esses momentos, assim como as oportunidades espirituais ou mesmo materiais que proporcionam, são facultados graciosamente por Deus a cada um de nós, ao longo de nossa existência terrena.

O texto de hoje trata, entre outros aspectos, de duas pessoas que souberam bem aproveitar as boas oportunidades dadas por Deus. Filipe não perdeu tempo quando surgiu um momento oportuno de pregar o evangelho de Cristo, mesmo sabendo de antemão estar deserto o lugar para onde foi direcionado pelo anjo do Senhor.

Por seu lado, o eunuco não desperdiçou um só minuto da sua viagem, lendo interessadamente partes das Sagradas Escrituras que havia adquirido na visita a Jerusalém: Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que viera adorar em Jerusalém,  estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías” (v. 27,28).

Felipe, então, move-se com muita agilidade para atender à voz do Espirito, correndo em direção ao carro que levava o etíope. Com essa atitude, ele aproveita a boa oportunidade de iniciar uma conversa sobre o Senhor nosso Deus: “Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o que vens lendo?” (v.30). A indagação frutifica e o eunuco responde a Filipe com outra pergunta: “(...) Como poderei entender, se alguém não me explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele” (v. 31). Vemos as oportunidades sendo mutuamente aproveitadas, com resultados maravilhosos para ambas as partes.

Após entender a Palavra de Deus, o eunuco toma a melhor decisão de sua vida - ser batizado: Seguindo eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que seja eu batizado?” (v. 36). Ele não sabia se veria novamente a Filipe, e não quiz perder a grande oportunidade posta diante dele. A viagem seria longa. Ele fez questão, então, de ter logo a sua vida em aliança com Deus, selada pelo batismo.

O texto faz refletir sobre perder oportunidades na vida, como simplesmente pregar o Evangelho, ao não percebermos o valor desses momentos. Há Bíblias em nossas casas e não valorizamos a leitura da Palavra, em uma devocional diária com Deus; perdemos tantas chances de aproveitar melhor a comunhão com irmãos mais experientes na Fé; deixamos para depois uma aliança séria com Deus, pelo batismo. Por tudo isso, alguns são como que cegos de espírito, ao não ver claramente o VALOR DAS GRANDES OPORTUNIDADES nas suas vidas.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO