“Levantando-se Absalão pela manhã, parava à
entrada da porta; e a todo homem que tinha alguma demanda para vir ao rei a
juízo, o chamava Absalão a si e lhe dizia: De que cidade és tu? Ele respondia:
De tal tribo de Israel é teu servo. Então, Absalão lhe dizia: Olha, a tua causa
é boa e reta, porém não tens quem te ouça da parte do rei. (...) Desta maneira
fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo e, assim, ele furtava
o coração dos homens de Israel.”
(2 Samuel
15.2-3, 6)
A experiência deixada pela 2º Guerra Mundial,
no século passado, nos dá a dimensão de como um grande líder pode ser usado não
para fazer o bem, mas para praticar muitos males. Na reflexão de hoje, queremos
destacar o personagem bíblico Absalão, filho de Davi, como um exemplo de liderança
negativa. Foi ele, sem dúvida, alguém com grande habilidade de convencer as
pessoas. Porém não para fazer o bem, mas sim o mal. Foram inegáveis as qualidades
de Absalão como um grande líder. Caso tivesse usado essa capacidade de outra
forma, a sua história poderia ter sido muito diferente.
A estratégia de Absalão, ao ‘furtar o
coração’ das pessoas, nos permite entender como alguém pode ser inteligente o
suficiente para prejudicar, com eficiência, o trabalho de um líder. Sem
confrontar diretamente a autoridade do rei Davi, seu pai, ele trabalha
pacientemente o coração do povo, convencendo pessoa por pessoa de supostas
deficiências existentes no reino. Ao não lembrar os grandes feitos de Davi no
passado, ele traz a tona apenas as dificuldades enfrentadas no momento,
colocando a culpa de tudo no seu próprio pai. Dessa forma, ele usa a mesma
estratégia do mal no coração das pessoas incautas. Satanás ressalta sempre os problemas
pessoais vividos no presente, sem deixar ver tudo o que Deus, nosso Pai, já
realizou na vida de todos nós.
É válido destacar que, ao contrário de
Deus, o rei Davi havia negligenciado em atender as necessidades básicas do seu povo.
Toda vez que um líder deixa de cumprir a sua função de líder, abre espaço para
a ação de lideranças negativas no seu universo. A insatisfação e a frustração
compõem terreno fértil para fazer crescer a semente da discórdia entre as
pessoas. É sempre muito mais difícil conquistar o coração de alguém que se
sente amado e bem cuidado. Como líderes, devemos sempre ter em mente esse
aspecto fundamental da liderança positiva. Se bem cumprirmos cada um de nós a nossa
função como líder, não haverá espaço para lideranças negativas em nosso
ambiente. Os ladrões, por certo, agem com mais facilidade quando encontram a
porta aberta. Dessa forma, precisamos fechar todas as portas para o mal, por
intermédio de um trabalho leal, intenso e com total dedicação aos liderados.
Porém, é certo que nunca teremos a certeza
absoluta de que o ladrão não entrará em nossa casa, por mais segura que ela
seja. Mas precisamos dificultar ao máximo o seu trabalho. Nosso objetivo, como
líderes, é compartilhar a graça e o amor de Cristo com as pessoas. Precisamos
ser sempre amáveis e cordiais para com todos. Assim, reduzimos o espaço de ação
dos LADRÕES DE CORAÇÕES, fazendo com que todos sintam o seu valor no amor de
Jesus.