“Disse, pois, Jônatas ao seu escudeiro: Vem,
passemos à guarnição destes incircuncisos; porventura, o Senhor nos ajudará nisto, porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar
com muitos ou com poucos.”
(1 Samuel 14.6)
Ao contemplarmos a História, vemos que
algumas pessoas tiveram participação especial na trajetória dos seus povos. São
aqueles que foram capazes de realizar o que seria impossível para a grande
maioria. São esses os grandes líderes, que são revelados em algum momento especial
para cada povo. Jônatas, filho do rei Saul de Israel, é um desses personagens
da História. Ele acumulou para si atributos irrepreensíveis de coragem,
generosidade e devoção integral à causa do seu povo. Inicialmente a Bíblia nada
descreve sobre ele. Mas quando é citado pela primeira vez já aparece tendo sob
seu comando mil homens de Israel, prontos para uma batalha (cap. 13.2). Em Jônatas
encontramos algumas características especiais, indispensáveis para compor o
perfil de um grande líder.
A verdadeira liderança é normalmente revelada
em situações de crise. No lugar de desespero e aflição, vemos que um líder mantém
a calma frente às circunstâncias adversas, eleva a visão acima da situação e
contempla o que ninguém consegue ver naquele momento. Porém, a liderança deve
ser exercida com cuidadosa estratégia, evitando fazer face ao desencorajamento
por parte das pessoas que não têm a mesma visão privilegiada do líder: “O povo não sabia que Jônatas tinha ido” (v.3b). Jônatas sai secretamente à noite, ao início
madrugada, levando com ele apenas o seu escudeiro. Se comunicasse de antemão o
projeto aos seus pares, mesmo que para si mesmo fosse uma tarefa viável, seria o
mesmo que frustrar a sua realização por restrições dos demais. Ele sente um chamado
especial para realizar algo importante e, assim, prossegue na ação com empenho
e confiança inabaláveis.
O líder mantém firme a convicção da aliança
de Deus consigo e com o seu povo: "Disse, pois, Jônatas ao seu
escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos (...)” (v.6a). Observe aqui que a confiança de Jonatas não era apenas em si, mas principalmente
no seu Deus da aliança. Por confiar nas promessas do Senhor, ele seguiu em
frente sem titubear. Para Jonatas não importava quantos estavam ao seu lado na
missão. O mais importante era a certeza de que Deus seria fiel em cumprir as suas
promessas: “ (...) porque para o Senhor nenhum
impedimento há de livrar com muitos ou com poucos” (v.6b).
O líder é sempre muito responsável
naquilo que faz, pois a confiança em Deus não significa deixar de adotar as
táticas adequadas a cada vitória: “Se nos disserem assim: Parai
até que cheguemos a vós outros; então, ficaremos onde estamos e não subiremos a
eles. Porém se disserem: Subi a nós; então, subiremos, pois o Senhor no-los entregou nas mãos. Isto
nos servirá de sinal” (v.9-10). De igual modo, o
autocrontole é um dos ingredientes imprescindíveis ao comportamento de grandes
líderes. Na verdade, a capacidade de manter a calma em momentos de crise é que
irá distinguir o líder de um chefe qualquer. O fato de observar com atenção todas as
circunstâncias antes de agir, também contribui sobremaneira para o advento do
sucesso. Podemos concluir afirmando que é nos momentos de crise que conhecemos
os grandes líderes na vida, demonstrando nesse texto bíblico que A LIDERANÇA REVELADA NAS ADVERSIDADES pode fazer
a diferença no destino de um povo.
Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO