quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A LIDERANÇA REVELADA NAS ADVERSIDADES


“Disse, pois, Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos; porventura, o Senhor nos ajudará nisto, porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos.”
(1 Samuel 14.6)

Ao contemplarmos a História, vemos que algumas pessoas tiveram participação especial na trajetória dos seus povos. São aqueles que foram capazes de realizar o que seria impossível para a grande maioria. São esses os grandes líderes, que são revelados em algum momento especial para cada povo. Jônatas, filho do rei Saul de Israel, é um desses personagens da História. Ele acumulou para si atributos irrepreensíveis de coragem, generosidade e devoção integral à causa do seu povo. Inicialmente a Bíblia nada descreve sobre ele. Mas quando é citado pela primeira vez já aparece tendo sob seu comando mil homens de Israel, prontos para uma batalha (cap. 13.2). Em Jônatas encontramos algumas características especiais, indispensáveis para compor o perfil de um grande líder.

A verdadeira liderança é normalmente revelada em situações de crise. No lugar de desespero e aflição, vemos que um líder mantém a calma frente às circunstâncias adversas, eleva a visão acima da situação e contempla o que ninguém consegue ver naquele momento. Porém, a liderança deve ser exercida com cuidadosa estratégia, evitando fazer face ao desencorajamento por parte das pessoas que não têm a mesma visão privilegiada do líder: O povo não sabia que Jônatas tinha ido” (v.3b). Jônatas sai secretamente à noite, ao início madrugada, levando com ele apenas o seu escudeiro. Se comunicasse de antemão o projeto aos seus pares, mesmo que para si mesmo fosse uma tarefa viável, seria o mesmo que frustrar a sua realização por restrições dos demais. Ele sente um chamado especial para realizar algo importante e, assim, prossegue na ação com empenho e confiança inabaláveis.

O líder mantém firme a convicção da aliança de Deus consigo e com o seu povo: "Disse, pois, Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos (...)” (v.6a). Observe aqui que a confiança de Jonatas não era apenas em si, mas principalmente no seu Deus da aliança. Por confiar nas promessas do Senhor, ele seguiu em frente sem titubear. Para Jonatas não importava quantos estavam ao seu lado na missão. O mais importante era a certeza de que Deus seria fiel em cumprir as suas promessas: “ (...) porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos” (v.6b).

O líder é sempre muito responsável naquilo que faz, pois a confiança em Deus não significa deixar de adotar as táticas adequadas a cada vitória: Se nos disserem assim: Parai até que cheguemos a vós outros; então, ficaremos onde estamos e não subiremos a eles. Porém se disserem: Subi a nós; então, subiremos, pois o Senhor no-los entregou nas mãos. Isto nos servirá de sinal” (v.9-10). De igual modo, o autocrontole é um dos ingredientes imprescindíveis ao comportamento de grandes líderes. Na verdade, a capacidade de manter a calma em momentos de crise é que irá distinguir o líder de um chefe qualquer. O fato de observar com atenção todas as circunstâncias antes de agir, também contribui sobremaneira para o advento do sucesso. Podemos concluir afirmando que é nos momentos de crise que conhecemos os grandes líderes na vida, demonstrando nesse texto bíblico que A LIDERANÇA REVELADA NAS ADVERSIDADES pode fazer a diferença no destino de um povo.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO