"Então, Faraó
mandou chamar a José, e o fizeram sair à pressa da masmorra; ele se barbeou, mudou de roupa e foi apresentar-se a Faraó.
Este lhe disse: Tive um sonho, e não há quem o interprete. Ouvi dizer, porém, a
teu respeito que, quando ouves um sonho,
podes interpretá-lo."
(Gênesis 41.14-15)
O balanço ao fim do ano nem
sempre é positivo para muitos. Mais tempo se passou e a sensação de frustração
às vezes continua. Há um sentimento de abandono ao constatar que sonhos não
foram realizados. Apesar das individualidades, a trajetória humana tem suas similaridades,
principalmente quanto às frustrações. E estas são mais significativas quando
decorrentes de injustiças. O texto dessa semana lança uma luz de esperança para
quem se encontra nessa situação, e podemos depreender dele alguns ensinamentos
importantes.
A principal lição é que o tempo
de Deus agir nunca é cedo ou tarde demais. No caso de José podemos deduzir que
eram mínimas as chances de que um escravo, numa prisão egípcia daquele tempo,
fosse retirado da masmorra por ordem do Faraó. E muito menos após isso ser colocado
em posição de destaque. A cada dia enclausurado José esperava que um mordomo
pudesse se lembrar do que havia feito por ele e intercedesse a seu favor: “Porém
lembra-te de mim, quando tudo te correr bem; e rogo-te que sejas bondoso para
comigo, e faças menção de mim a Faraó, e me faças sair desta casa; porque, de
fato, fui roubado da terra dos hebreus; e, aqui, nada fiz, para que me pusessem
nesta masmorra” (Gênesis 40.14-15).
Enquanto mantinha firme sua esperança, a postura de José foi de
serenidade: não reclamou nem tinha raiva ou indignação no coração. O tempo
passava e quem ele havia ajudado parecia que não iria mais se lembrar dele.
Até que o Faraó se sentiu atormentado, por não encontrar um significado para
seu sonho. Assim, tudo indica que não
bastava o mordomo interceder: era preciso ser no momento certo, preparado pelo
próprio Deus.
As maiores oportunidades
normalmente vêm quando menos esperamos. Se confiamos nessa assertiva, a
pergunta passa a ser: estamos preparados para o inesperado? O grande problema é
que passam os anos e não buscamos estar de fato prontos para as grandes
oportunidades da vida. Quanto tempo, por exemplo, desperdiçamos em coisas
fúteis que, bem aproveitado, poderia render melhores frutos em nossas vidas!
Vemos no relato um jovem bem preparado
para a vida, que mantinha o seu relacionamento com Deus. Assim, quando foi
preciso, estava firme no Senhor, pronto para fazer face ao inesperado. Não
haveria como interpretar os sonhos do Faraó sem a intimidade devocional que
José mantinha com Deus. E ele deixa isso bem claro: “Respondeu-lhe José: Não está isso em mim; mas
Deus dará resposta favorável a Faraó” (Gênesis 41.16).
Devemos todos esperar sempre o
tempo certo de Deus em nossas vidas. Mas a espera não deve ser ociosa quanto à
nossa intimidade devocional. Assim como José, apesar das "prisões da
vida" devemos manter um relacionamento vivo, verdadeiro e constante com o
nosso Senhor, pois somente em Deus logramos encontrar A ESPERANÇA DOS
ESQUECIDOS.