terça-feira, 17 de dezembro de 2013

NINGUÉM ESCAPA AO SEU ALCANCE

"Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.”
(Lucas 2.8-11)

Inadvertidamente, detendo-se naquilo que lhe é secundário, às vezes é comum não dar a importância devida à mensagem principal de um texto. Alguns intérpretes, por exemplo, prendem-se ao fato do nascimento de Jesus ter ocorrido no auge do inverno, estação na qual os pastores não teriam saído à noite com seus rebanhos. No entanto, certamente esse não é o objeto principal desse texto. Ao ler com atenção o relato do nascimento do Cristo, vemos que o interesse do escritor é mostrar como a vinda de Jesus alcançaria toda a humanidade.

Realmente, o fato mais extraordinário da História afetou, desde logo, a tudo e a todos, como por exemplo: a política de César, que parecia inabalável em sua estrutura; o ministério dos anjos, que vieram a terra para prestar seu louvor; e as atividades dos homens comuns, como os pastores, que se encontravam nos campos a cuidar de seus rebanhos. Sobre a política controladora de César, vale ressaltar o pequeno relato contido no versículo inicial desse capítulo: Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se.” Mas essa também não seria a principal notícia daquele dia singular. Outros aspectos do contexto ressaltam a mensagem que seria definitivamente a mais importante.

Em lugar do trono de César, uma manjedoura surge no cenário, e nela repousa tranquilamente o verdadeiro Rei. A simplicidade daquele cenário contrasta com os cânticos de louvor e as manifestações de alegria que ressoaram nas colinas de Belém.  Longe do olhar das multidões, uma celebração celestial estava ocorrendo. Como que incapaz de conter a boa nova, um anjo brada: "Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura” (vv. 10-12).

Em vez de poderosos do reino da terra, entram em cena pastores de ovelhas. A grande notícia foi primeiramente dada a pessoas simples, e não a sacerdotes ou príncipes, ou muito menos a escribas e fariseus. O anjo proclamou: "Não temais; eis aqui vos trago boa-nova (...)” (v. 10), e eles não duvidaram! Indo a Belém, lá encontraram tudo exatamente como lhes tinha sido dito. Pela fé, receberam a rica recompensa e o especialíssimo privilégio de ver o Messias. Como muitos outros até hoje, os poderosos da época, ao contrário dos pastores, rejeitaram a vinda do Cristo Jesus. Mas isso não significa que não tenham sido (e ainda hoje sejam) afetados por seu nascimento, pois NINGUÉM ESCAPA AO SEU ALCANCE.


Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO