quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

DOCE E AMARGO

“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!”
(Isaías 5.20)

Podemos perceber hoje, em nossa sociedade pós-moderna, uma tentativa deliberada de confundir a cabeça das pessoas, principalmente por parte de alguns meios de comunicação de massa. Um bom exemplo dessa tendência aconteceu recentemente na telenovela “Amor a Vida”, da dramaturgia produzida pela Rede Globo de televisão.

No contexto que estamos abordando, o personagem Félix da novela deve ser visto como uma pessoa boa ou má? Afinal de contas, como pode alguém que na maior parte da trama maquina o mal, inclusive lançando uma criança recém-nascida no lixo, acabar como referência a ser imitada? Mas, infelizmente, essa foi a mensagem subliminar passada.

A tentativa de substituir os padrões instituídos por Deus, por valores de uma geração sem Deus, vem se tornando cada vez mais uma constante nos dias de hoje. De acordo com o texto bíblico em destaque, essa inversão de valores - somada à ganância, hedonismo, rebelião, imoralidade e injustiça que permeiam a mídia atualmente - compõe o quadro de coisas abomináveis segundo a Bíblia, conforme preconizam os “Ais”, de Isaías 5.8-23.

Essa indefinição de valores, produzida por uma sociedade sem Deus, confunde as pessoas, invertendo os padrões da tradição judaico-cristã. Ao construir mentes cauterizadas pela massificação dessas informações equivocadas, o pecado acaba tornando-se uma forma aceitável de vida.

No texto em destaque, o profeta mostra que esse problema pode afetar tanto a moralidade pública (“luz e trevas”, que são questões comuns a todos) como a moralidade privada (“amargo e doce”, que são nuances inerentes ao gosto pessoal).

Sem ter seus valores bem definidos, a própria sociedade se torna vítima de suas escolhas e práticas equivocadas. O padrão de família é alterado, assim como do casamento, da criação de filhos e assim por diante.

Ao final, todos acabam pagando um alto preço por isso. A responsabilidade maior, porém, será daqueles influenciados por essa cosmovisão distorcida: “Ai dos que...”, como decreta o profeta Isaías! Acompanhando os telejornais percebemos como as consequências de tudo isso são alarmantes, fruto de uma sociedade que não sabe mais distinguir entre DOCE E AMARGO.


Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

PRISIONEIROS DA INFÂNCIA ESPIRITUAL

“Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido.”
(Hebreus 5.12)

O crescimento é algo normal e intrínseco à natureza. O pai não precisa dizer a cada dia: “filho, cresça mais um centímetro!”. Não, isso não é necessário. Estando com saúde, os filhos crescerão a cada dia, quer queiram, quer não. Da mesma forma, o crescimento espiritual deve ocorrer naturalmente com o passar do tempo na vida cristã.

Mas, infelizmente, alguns irmãos não crescem na sua fé, ficando presos no que podemos chamar de infância espiritual. Existem alguns que, apesar do tempo de permanência em uma igreja, convivendo com outros irmãos em franco crescimento cristão, ainda permanecem crianças na fé. E o mais grave: muitos, como crianças mimadas, estão sempre querendo mais para si mesmos, quando já poderiam estar se dedicando no serviço ao próximo e na realização de suas próprias necessidades espirituais.

Essas “crianças grandes” são bem caracterizadas como aquelas que ficam apáticas ao conhecimento da Palavra. Normalmente não fazem questão de alcançar maior sabedoria, que careça um pouco mais de esforço e dedicação para ser apreendida. Como crianças, gostam de cantar, pular, dançar e se divertir, junto com outras crianças. Tentam, assim, dar a impressão de um conteúdo mais sólido à sua vida cristã. Mas, com sua hipocrisia, na maioria das vezes apenas transformam algo saudável numa atividade desagradável aos olhos de Deus.

Essas “crianças grandes” nunca crescerão no comportamento e na estatura espiritual. Como crianças, só querem receber a “graça” que acham ser merecedoras. Por isso, escolhem igrejas que prometem tudo que venha a satisfazer de imediato, principalmente sob o ponto de vista material. Para essas “crianças”, o lugar ideal não é aquele que elas tenham que servir ao Senhor e ao próximo, mas aquele que lhes prometa maior retorno imediato. Também como as crianças, ficam facilmente “emburradas”, ao terem contrariadas as suas expectativas de prazer e reconhecimento.

Assim, como Ministro da Palavra, tal qual o autor da carta aos hebreus, resta desafiar a nossa comunidade a buscar cada um a sua maturidade espiritual. Do contrário, teremos que lidar com uma Igreja que nunca sairá da sua infância espiritual, convivendo em um mundo muito perigoso, pois jaz no Maligno. Com certeza, um de nossos maiores desafios hoje é sensibilizar e resgatar os irmãos que ainda são PRISIONEIROS DA INFÂNCIA ESPIRITUAL.


Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO