“Ai dos que ao mal chamam bem
e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo
por doce e o doce, por amargo!”
(Isaías 5.20)
Podemos
perceber hoje, em nossa sociedade pós-moderna, uma tentativa deliberada de confundir
a cabeça das pessoas, principalmente por parte de alguns meios de comunicação
de massa. Um bom exemplo dessa tendência aconteceu recentemente na telenovela “Amor
a Vida”, da dramaturgia produzida pela Rede Globo de televisão.
No
contexto que estamos abordando, o personagem Félix da novela deve ser visto
como uma pessoa boa ou má? Afinal de contas, como pode alguém que na maior
parte da trama maquina o mal, inclusive lançando uma criança recém-nascida no
lixo, acabar como referência a ser imitada? Mas, infelizmente, essa foi a mensagem
subliminar passada.
A
tentativa de substituir os padrões instituídos por Deus, por valores de uma
geração sem Deus, vem se tornando cada vez mais uma constante nos dias de hoje.
De acordo com o texto bíblico em destaque, essa inversão de valores - somada à ganância,
hedonismo, rebelião, imoralidade e injustiça que permeiam a mídia atualmente -
compõe o quadro de coisas abomináveis segundo a Bíblia, conforme preconizam os “Ais”,
de Isaías
5.8-23.
Essa
indefinição de valores, produzida por uma sociedade sem Deus, confunde as
pessoas, invertendo os padrões da tradição judaico-cristã. Ao construir mentes cauterizadas
pela massificação dessas informações equivocadas, o pecado acaba tornando-se
uma forma aceitável de vida.
No
texto em destaque, o profeta mostra que esse problema pode afetar tanto a
moralidade pública (“luz e trevas”, que são questões comuns a todos) como a
moralidade privada (“amargo e doce”, que são nuances inerentes ao gosto
pessoal).
Sem ter
seus valores bem definidos, a própria sociedade se torna vítima de suas
escolhas e práticas equivocadas. O padrão de família é alterado, assim como do
casamento, da criação de filhos e assim por diante.
Ao
final, todos acabam pagando um alto preço por isso. A responsabilidade maior,
porém, será daqueles influenciados por essa cosmovisão distorcida: “Ai
dos que...”, como decreta o profeta Isaías! Acompanhando os telejornais
percebemos como as consequências de tudo isso são alarmantes, fruto de uma
sociedade que não sabe mais distinguir entre DOCE E AMARGO.
Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO