Esposo
Abre-me, minha irmã, querida minha, pomba minha, imaculada minha,
porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos, das gotas da
noite.
Esposa
Já despi a minha túnica, hei de vesti-la outra vez? Já lavei os pés,
tornarei a sujá-los?
O meu amado meteu a mão por uma fresta, e o meu coração se comoveu por
amor dele.
Levantei-me para abrir ao meu amado; as minhas mãos destilavam mirra, e
os meus dedos mirra preciosa sobre a maçaneta do ferrolho.
Abri ao meu amado, mas já ele se retirara e tinha ido embora; a minha
alma se derreteu quando, antes, ele me falou; busquei-o e não o achei;
chamei-o, e não me respondeu.
Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, se encontrardes o meu amado, que
lhe direis? Que desfaleço de amor.
(Cântico dos Cânticos 5.2b-6,
8)
Entre quem se ama o
relacionamento conjugal pode ser prejudicado por algum tipo de indiferença,
mesmo que involuntária. Quando isso ocorre, é preciso agir rápido para reparar
o dano causado e evitar um mal maior. Sem perceber – por motivo de cansaço, sono
ou mesmo preguiça – podemos deixar de dar a atenção devida à pessoa amada,
gerando algum desconforto e até um desgaste maior no relacionamento.
Esse tipo de situação torna-se
mais comum com o passar dos anos, na medida em que aumenta a familiaridade entre
o casal. É nesse ponto que a união fica passível de perder o seu brilho
original: os elogios já não produzem a mesma emoção que antes, cedendo lugar a
desculpas cada vez mais constantes.
Esse
processo pouco a pouco vai esfriando o relacionamento, podendo levar ao extremo
da indiferença mútua. Para evitar isso, o casal precisa identificar as causas e
agir rápido na renovação do relacionamento. Falar do amor sincero de um pelo
outro pode ser um bom começo, lembrando os bons momentos passados juntos e o
compromisso assumido diante do Senhor.
Se necessário, não hesitar em buscar ajuda. Nessas horas difíceis um bom
aconselhamento pode ser essencial na prevenção contra O PERIGO DA INDIFERENÇA.
Rev.
JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO