“Viram-na os príncipes de Faraó e gabaram-na junto dele; e a mulher foi
levada para a casa de Faraó. Este, por causa dela, tratou bem a Abrão, o qual
veio a ter ovelhas, bois, jumentos, escravos e escravas, jumentas e camelos.
Porém o Senhor puniu Faraó e a sua casa com grandes pragas, por causa de Sarai,
mulher de Abrão.”
(Gênesis 12.15-17)
Há uma tendência natural do ser
humano em fugir do desconforto, buscando encontrar uma situação que lhe seja
mais confortável. Essa busca, em si mesma, não é errada. Mas um problema pode ocorrer
quando não elegemos adequadamente as nossas prioridades. Um bom exemplo, que
bem ilustra essa questão, está na saída de Abraão de Canaã para o Egito, a fim
de fugir da fome na região onde habitava.
Nesse mesmo capitulo de Gênesis
(12) encontra-se a primeira referência ao Egito na Bíblia: “Havia fome naquela terra;
desceu, pois, Abrão ao Egito, para aí ficar, porquanto era grande a fome na
terra” (v. 10). Assim somos informados de que Abrão e Sarai optam por
sair de Canaã, sem antes ter buscado adequadamente a orientação do Senhor.
O Egito, como registrado em
referências posteriores nas Escrituras, significa uma ameaça constante ao povo
de Deus. Assim diz o profeta Isaías sobre essa terra: “Ai dos que descem ao Egito em
busca de socorro e se estribam em cavalos; que confiam em carros, porque são
muitos, e em cavaleiros, porque são mui fortes, mas não atentam para o Santo de
Israel, nem buscam ao Senhor!” (Isaías 31.1).
Infelizmente Abrão fez o que todos
nós normalmente estamos propensos a fazer em situações de crise: procurar
alívio rápido para as nossas necessidades, sem antes buscar a orientação de
Deus. Desse modo, tomamos de imediato as decisões que julgamos as mais
confortáveis. Por certo, enquanto ia adquirindo ”ovelhas, bois, jumentos,
escravos e escravas, jumentas e camelos”, Abraão nem se dava conta de que
já não tinha mais a esposa ao seu lado.
Precisamos ter todo cuidado,
quando estamos focados unicamente em nossas conquistas pessoais, para não perder
a quem amamos. Enquanto lhe aumentavam os bens, Abraão parece nem ter sentido a
falta de Sarai. Alienado com a situação, nem percebia O PERIGO DE GANHAR
PERDENDO. Foi preciso a intervenção de Deus para que ele tivesse a sua esposa
de volta!
Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO