quinta-feira, 25 de outubro de 2012

OLHOS E JOELHOS NO LUGAR CERTO


“E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.”
(Mateus 9.37,38)

Arregimentar novos trabalhadores para a obra do Senhor não é uma tarefa fácil. No entanto, apesar de difícil, é estritamente necessária, pois poucos jamais darão conta de atribuições tão abrangentes. As pessoas é que possibilitam a continuidade da obra, quando em número adequado para dividir tarefas, contribuindo para que ninguém se desgaste além do necessário. Essa não é uma constatação apenas de nossa parte, mas do próprio Jesus, como nos alerta o texto acima. Para alcançar os objetivos da vontade de Deus algo tem que ser feito. E nesse texto, como em outras passagens da Bíblia, Jesus nos orienta quanto à resposta.

O processo de formação dos trabalhadores começa na direção do olhar. Devemos tirar os olhos do chão (e de nós mesmos) e olhar para frente: Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa” (João 4.35). Precisamos perceber a realidade que nos cerca, ou seja, “sair do nosso mundo” para poder ver o mundo que está a nossa volta. Portanto, o processo começa com essa pequena atitude, que permite desencadear os demais passos do processo.

Ao nos depararmos com a grandiosidade da obra não devemos temer o projeto divino, pois nosso segundo movimento nesse processo não é com os olhos, mas com os joelhos. Precisamos apelar ao “dono da obra”! Mas atenção: não é apelar às pessoas, colocando nelas a culpa de não fazer o seu trabalho. Antes, porém, é rogar por auxílio ao Senhor da Seara, pois só Deus pode mobilizar o seu povo. Portanto, o nosso dever, após perceber a realidade que nos cerca, é simplesmente rogar pela misericórdia de Deus: “Rogai, pois, ao Senhor da seara (...)” (v. 38). E isso implica necessariamente em orar mais, e reclamar menos.

Quando a escolha das pessoas vem do Senhor suas atitudes são outras, pois há o sentimento de participação especial como sendo colaboradores na colheita de Deus. Haverá consciência da necessidade e da urgência da obra, pois todo o trabalho de colheita exige diligência e dedicação. Para que tudo seja colhido no devido tempo, sem perdas na produção, será ainda incutida a consciência de comprometimento, de uma responsabilidade pessoal com o projeto. E não termina aí. Quando o Senhor envia os trabalhadores há alegria na seara, pois mesmo semeando a duras penas, virá o regozijo na hora do desfrute, como diz o salmista: Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão” (Salmos 126.5).

Todos os que amam a Cristo (e ao próximo) devem clamar por esse auxílio de Deus na consecução da sua própria obra, principalmente em sendo a colheita tão grande e tão poucos os trabalhadores. Devemos, assim, rogar por pessoas competentes, fiéis, prudentes, operosas e dedicadas para nos auxiliarem no projeto que nos cabe liderar. Cristo nos orienta a orar, e Ele mesmo se encarrega de enviar o auxílio. Precisamos estar com os OLHOS E JOELHOS NO LUGAR CERTO, para que tenhamos grande colheita na geração sob nossa responsabilidade.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAUJO

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A COMPLEXA TAREFA DE EDUCAR PESSOAS


“Então, deixando-o, todos fugiram.”
(Marcos 14.50)

No dia 15 de outubro de 1827, Dom pedro I, Imperador do Brasil, baixou decreto imperial criando o ensino elementar no Brasil. Foi então estabelecido que "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras". A partir dessa ideia, inovadora e revolucionária para a sua época, esperava-se um novo rumo para a educação no país. Porém, como todos sabemos, após tantos anos ainda hoje temos problemas estruturais nessa área fundamental para o desenvolvimento humano de uma nação.

Educar pessoas envolve variáveis complexas, exigindo do professor aptidões muito especiais para bem realizar tão sensível tarefa. Os métodos devem ser variados, respeitando as diferenças individuais de cada pessoa. Cada aluno é um universo específico, fruto de suas experiências pessoais, família, igreja, amigos e assim por diante. O educador precisa ser flexível em seus métodos de ensino, mudando-os sempre que achar conveniente para se adaptar às especificidades de cada aluno que lhe é confiado.

Na grande tarefa de educar não há melhor exemplo do que a formação dos discípulos de Jesus Cristo. Se pensarmos em alguém que dedicou toda a sua vida para transformar pessoas, Cristo é o nome. Ele soube aproveitar cada oportunidade que teve e usou todos os recursos disponíveis, como imagens do cotidiano para contar parábolas, ou até usar um barco, à beira da praia, para que a sua voz chegasse melhor à audiência. Seu objetivo? Levar gradualmente seus discípulos a conhecerem as verdades do Reino de Deus. Somando-se a isso, o seu amor e compaixão pelas pessoas foi sem igual. Assim, resultados espetaculares podiam ser esperados de seus seguidores. Porém, no primeiro grande teste a que foram submetidos – a prisão de Jesus – o resultado foi um desastre.

Se o Mestre dos mestres passou por uma situação como essa, o que esperar como simples educadores que somos? Jesus havia dedicado a sua vida em prol daqueles doze homens e, na hora que mais precisou deles, o que acontece? Todos fogem e o deixam sozinho. Sem a presunção de levantar a totalidade dos fatores que levaram a tal atitude, podemos tirar algumas lições desse episódio.

Primeiramente, em termos de educação não é garantido alcançar os resultados que desejamos, pois o processo depende de pessoas. Garantias podem existir em outros processos, quando se lida com coisas inanimadas, mas não quando envolve pessoas. Cada indivíduo carrega em seu íntimo um verdadeiro mar de segredos. É realmente muito difícil conhecer as pessoas como de fato elas são, ou agirão. Não se pode garantir se vão desistir – ou fugir, como no caso – na primeira dificuldade enfrentada. Todo educador precisa estar ciente dessa realidade.

Em segundo lugar, Deus não julga ninguém por situações isoladas. Por certo, um abandono como aquele poderia trazer implicações muito fortes na vida de um mestre, provocando inclusive traumas emocionais irreversíveis. Mas isso não cabe em se tratando do Mestre dos mestres. Deus não mede as pessoas por instantes de fraqueza vividos, mas pela peregrinação de toda uma vida cristã. Aquele episódio foi apenas uma página na vida dos discípulos. O Senhor Jesus continuou a sua jornada como educador de homens, e nunca desiste de nós. Deixou nas mãos dos seus discípulos aquilo que mais ama: o seu rebanho, a sua Igreja. Aqueles foram reprovados em uma prova, mas não na vida devocional, pois Jesus bem sabe avaliar A COMPLEXA TAREFA DE EDUCAR PESSOAS.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAUJO

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

LEMBRANÇAS AMARGAS SÃO LEMBRANÇAS QUE ENSINAM


“Então, sacrificarás como oferta de Páscoa ao SENHOR, teu Deus, do rebanho e do gado, no lugar que o SENHOR escolher para ali fazer habitar o seu nome.
Nela, não comerás levedado; sete dias, nela, comerás pães asmos, pão de aflição (porquanto, apressadamente, saíste da terra do Egito), para que te lembres, todos os dias da tua vida, do dia em que saíste da terra do Egito.”
(Deuteronômio 16.2-3)

Na medida em que os anos passam, experiências boas e negativas se somam à história de nossa existência. A maioria das pessoas, se pudesse, guardaria apenas as suas boas lembranças, esquecendo-se completamente daquelas que não lhe são nada agradáveis. Por certo, todos jogariam fora tudo o que possa lembrar os momentos mais difíceis. O texto de hoje nos leva a meditar em outra dimensão, mostrando que o próprio Deus não tem interesse em apagar da nossa memória as lembranças amargas da vida. Ao contrário, o SENHOR utiliza-se dessas lembranças ruins como elementos importantes para o nosso crescimento espiritual. No intuito de marcar na alma os tempos difíceis que o seu povo passou no Egito, Deus institui a Páscoa, a fim de jamais esquecerem a sua Graça, passando isso a ser uma tradição por todos os demais dias das suas vidas.

O povo de Deus deveria manter sempre na lembrança a sua condição anterior à libertação do Egito: agora eram livres, mas antes foram escravos. Essa mudança extraordinária não foi conquistada por mérito próprio, mas sim dada graciosamente por Deus. Não fosse a bondade de Deus, que ouviu seus clamores, jamais teriam saído da escravidão. É certo que não mais teriam a estrutura que uma cidade organizada dispõe, pois havia um deserto a ser percorrido pela frente, até à terra prometida. Mas a grande diferença estava na condição de que não eram mais escravos, mas povo livre pelo poder de Deus. Deveriam considerar que o estado de penúria por que passavam agora não era o fim, e um recomeço. Afinal saíram do Egito praticamente sem nada, mas o seu bem mais precioso estava com eles: o próprio Deus, que prometera, no tempo certo, fazer deles uma grande nação.

Mas poderíamos questionar se, ainda hoje, existe realmente algum benefício em lembrar as experiências dolorosas do nosso passado. Saibamos de uma coisa: se há tantas pessoas ingratas é porque fazem de tudo para negar o seu passado. Assim, elas buscam esquecer suas lutas e se tornam orgulhosas em si mesmas. Reclamam de tudo – da chuva (e da falta dela), da comida, da igreja, dos líderes, dos próprios irmãos que Deus tão graciosamente coloca ao seu lado... Outros reclamam do seu trabalho, enquanto muitos gostariam de ter a oportunidade de ter um; mães reclamam dos filhos, enquanto muitas mulheres não realizam o sonho de ser mãe. Quando esquecemos a nossa verdadeira condição espiritual, nosso coração se torna ingrato e cultivamos uma vida cheia de reclamações. Só a gratidão gera o reconhecimento pelas experiências vivenciadas. Para ser grato, porém, é preciso estar disposto a lembrar de que a nossa condição hoje poderia ser muito pior.

Como Igreja, nunca podemos esquecer o sacrifício que o Senhor Jesus já fez por nós. Devemos lembrar que, por um ato do amor incondicional de Deus, já não somos mais escravos do pecado, nem do mundo. Essa liberdade, porém, não foi conquistada por nossos próprios méritos, mas nos foi dada graciosamente. Saibamos entender que Deus utiliza traumas do passado em nosso crescimento espiritual. Devemos aceitar que as LEMBRANÇAS AMARGAS SÃO LEMBRANÇAS QUE ENSINAM a desenvolver em nós o dom da gratidão, tão necessário para termos uma vida melhor.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAUJO

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A CHAVE PARA UMA VIDA VITORIOSA


“Quem dera que eles tivessem tal coração, que me temessem e guardassem em todo o tempo todos os meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos, para sempre!”
(Deuteronômio 5.29)

A revelação da vontade de Deus na Bíblia é a chave preciosa para a nossa felicidade. A manifestação da sua vontade é sempre para o nosso próprio bem. Eis a razão pela qual devemos ficar atentos à sua Palavra.

Encontramos no versículo acima uma das mais emocionantes passagens do Livro de Deuteronômio. Podemos, nesse texto, sentir exatamente aquilo que está no coração do próprio Deus, expressão clara da sua vontade para o nosso bem. Seu desejo é que nosso relacionamento com Ele não seja obrigatório quando diz: "Quem dera que eles tivessem tal coração, que me temessem e guardassem (...)”; e também que seja contínuo, "(...) em todo o tempo todos os meus mandamentos (...)”. Finalmente que possa ser uma benção duradora para todas as gerações, “(...) para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos, para sempre!”.

Tudo é muito exato nessa passagem, quanto ao que precisamos para uma vida bem sucedida. Quando mantemos a obediência fiel à Lei de Deus asseguramos o nosso bem-estar. Esse estado de espírito abençoado não é algo provisório, mas permanente e duradouro, trazendo tranquilidade não só individualmente, mas também para toda a nossa família. Qual, porém, é a dificuldade em cumprir esse ideal? A chave do desafio está logo ao início do versículo: por meio de uma obediência voluntária e prosseguindo em obediência continuada.

A falta de disposição prévia para cumprir a Lei de Deus constitui o verdadeiro pecado do homem. Deus sabe que, como humanos, somos incapazes de seguir fielmente as suas ordenanças, mas espera de nós a voluntária vontade para tal. É, portanto, desse pecado – da deslealdade – que os homens são chamados a se arrepender: Portanto, eu vos julgarei, a cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertei-vos e desviai-vos de todas as vossas transgressões; e a iniqüidade não vos servirá de tropeço” (Ezequiel 18.30).

Deus, em seu infinito e misericordioso amor, oferece ao transgressor da sua Lei, se arrependido, gracioso perdão, permitindo a continuidade dessa benção quando diz por meio do apóstolo de Jesus – Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar” (Atos 2.38-39).

Ao sermos perdoados recebemos nova vida. O poder do Espírito Santo reestabelece e restaura a nossa natureza desorganizada pelo pecado. É a partir dessa nova vida que vamos desfrutar das bênçãos prometidas nessa passagem. Somos vitoriosos não apenas por nossas práticas religiosas, mas principalmente porque fomos transformados por Deus. Portanto, precisamos ser humildes, tomar consciência das nossas limitações e suplicar a sua graça. No mais, é seguir ​​em obediência voluntária e contínua, sob a força de Cristo, que cancela toda a culpa do passado, criando uma nova vida que agora tem A CHAVE PARA UMA VIDA VITORIOSA.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAUJO