quinta-feira, 3 de julho de 2014

CÚMPLICES NA GRAÇA E NO CASTIGO

“Prevaricaram os filhos de Israel nas coisas condenadas; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, tomou das coisas condenadas. A ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel.”
(Josué 7.1)

Algumas pessoas pensam, e vivem, como se os seus erros não tenham implicações na vida das outras pessoas do seu convívio. Muitos pensam desse modo porque o mundo desconhece adequadamente a ideia bíblica de cumplicidade. Por esse conceito, entendemos que fomos prejudicados pelo erro de um só homem, Adão, assim como pelos méritos de um só outro, Cristo Jesus, nós recebemos de volta os benefícios da graça de Deus. A esse pensamento doutrinário a teologia denomina de cumplicidade.

A passagem supracitada torna explícito esse princípio, ao estender o pecado de um homem para toda nação de Israel. Embora tenha sido uma única pessoa a cometer aquele pecado, a Palavra de Deus registra que foram os filhos de Israel que prevaricaram. A nação inteira sofreu as consequências do pecado de Acã, como um de seus membros.

Na continuidade do texto vemos como é importante levar a sério esse conceito bíblico. Logo após a extraordinária vitória dada pelo Senhor aos Israelitas em Jericó, vemos Israel derrotado e humilhado por um adversário insignificante. Qual é a única explicação para tamanha derrota? A resposta é que o pecado de uma pessoa inverteu drasticamente a bênção de Deus sobre toda a nação. Simples assim.

Essa mensagem deve servir como um alerta para cada um de nós, que fazemos parte do Corpo de Cristo. Nossas ações individuais, para o bem e para o mal, têm implicações sobre a vida de toda a Igreja. Portanto, devemos proceder no dia-a-dia como ensina o autor da carta aos Hebreus, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hb 12.15).

A história apresenta uma evidência convincente de que não existe pecado individual, quando fazemos parte de uma comunidade cristã. Todo pecado é uma ofensa a Deus e ao seu povo, tendo assim consequências que vão muito além do que possamos imaginar. Quando a Igreja está sofrendo reveses, provavelmente há pecado não confessado em seu meio. Se um dos membros sofre repreensão, os demais também ficam sujeitos à ira de Deus. Também conhecido como solidariedade da raça, esse conceito bíblico implica em que os cristãos que vivem em comunidade não devem nunca esquecer de que são CÚMPLICES NA GRAÇA E NO CASTIGO, e sempre vigiem, orando uns pelos outros.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO