“Então,
disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua
palavra.”
(Lucas 1.38)
As datas comemorativas oferecem uma
oportunidade de refletirmos sobre aquilo que normalmente passa despercebido no
dia a dia do calendário. A importância dessa reflexão aumenta quando a data
comemorada é o Dia das Mães. O milagre da maternidade é algo realmente
maravilhoso, pois significa a manutenção e a continuidade da vida sobre a face
terra. Cada mãe deveria ter consciência plena dessa missão e da sua responsabilidade
no plano de Deus para com toda a humanidade. Podemos compreender um pouco mais da
difícil missão de ser mãe a partir do exemplo da mãe de Jesus. Há algo especial
e simples em Maria, mulher de José, que vai muito além do que a teologia
sistemática possa conceber sobre ela.
De todas as crianças já nascidas no
mundo, uma viria a ser a mais importante: Deus seria feito homem, nascendo de
uma mulher agraciada com essa bênção. A escolhida contrariava todas as
expectativas de então, pois era muito jovem e pobre, não preenchendo,
assim, os requisitos do seu tempo para a realização de uma tarefa tão
importante. Porém, foi nesse contexto contraditório aos olhos dos homens
que Deus escolheu Maria, para um ato de obediência jamais exigido
de outro alguém na face da terra.
O mais impressionante em Maria é que,
mesmo em meio a tantas possíveis e naturais dúvidas, diante de tão espetacular
predição do seu destino, ela não reivindicou compreender nada, mas simplesmente
adorou a Deus. Com humildade, e reconhecendo o milagre que a envolvia, ela disse:
“A minha alma engrandece ao Senhor” (Lucas 1.46). Eis
aí a grande lição de Maria! Antes de ser mãe, foi ela uma serva verdadeira do
Senhor. Esse é o exemplo a seguir pelas mães de hoje. É com integridade, um
caráter devotado e fé em Deus que a mulher deve enfrentar os desafios que a
maternidade plena trás para a sua vida.
Maria manteve sua firmeza de caráter,
quando Simeão profetizou que ela iria sofrer mentalmente e emocionalmente (Mateus
2.34-35); não perdeu a calma, mesmo em meio a muita aflição, quando ela e José
encontraram Jesus depois de pensarem que ele estava perdido em Jerusalém (Mateus
2.48); não discutiu quando Jesus lhe repreendeu suavemente nas bodas em Caná
(João 2.4); acatou a decisão de Jesus em não a receber e a seus irmãos como
família, mesmo não compreendendo, por certo, a situação naquele momento (Mateus
12.46-50). Assim como Maria, a mulher de hoje deve buscar sabedoria, ter
perseverança e obedecer aos desígnios de Deus quando engajada na nobre missão
de ser mãe.
Maria é o maior exemplo dos caminhos
que conduzem à vontade de Deus. Ela poderia ter aproveitado sua condição
especial de mãe, para reivindicar uma posição entre aqueles que estavam mais
próximos a Jesus. Porém, em vez de buscar privilégios, ficou firme no seu apoio
ao Filho de Deus até o último momento, até o caminho da cruz (João 19.25). Posteriormente
continuou perseverando na sua fé, junto aos discípulos em oração no cenáculo
(Atos 1.14).
Que nas comemorações do Dia das Mães
em 2012 toda a Igreja de Jesus Cristo possa refletir sobre a vida de Maria, aprendendo
com ela o mais belo segredo de uma vida segundo a vontade do Altíssimo. Sendo
Maria a mãe do próprio Deus encarnado, foi ela, antes disso e humildemente, uma
serva integralmente submissa à vontade do Senhor.
Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO