segunda-feira, 13 de agosto de 2012

AMOR COMUM DE PAI PARA FILHOS TÃO DIFERENTES


“E disse: Um certo homem tinha dois filhos;  e o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.”
(Lucas 15.11-14)

Os pais normalmente têm dificuldades em aceitar a realidade de que seus filhos não são iguais entre si. Qual pai não gostaria que todos os seus filhos tivessem um padrão de caráter e comportamento exemplar? Precisamos entender que na dinâmica do mundo em pecado as coisas não são bem assim. Essa dura realidade se tornou visível logo após a queda do homem, ao vermos a evidente diferença entre Caim e Abel (Gênesis 4.2-8). No entanto, se por um lado o pecado afetou o coração dos filhos, tornando-os tão diferentes, o coração do Pai permaneceu o mesmo, cheio de amor e bondade para com os seus.

A parábola iniciada no texto acima mostra que Deus é Pai de justos e pecadores, de fariseus e de coletores de impostos. Nosso Salvador dá-nos a entender com isso que tanto os orgulhosos fariseus como os desprezados publicanos tinham um Pai. Portanto, deviam alegrar-se na graça de Deus, que alcançava a ambos imerecidamente, apesar das suas diferenças.

Os filhos nesta parábola tinham temperamento e caráter distintos. Um reservado, rigoroso, sóbrio, até mal humorado ao cumprir suas obrigações, representando os escribas e fariseus; o outro é irresponsável, impaciente, ansioso pela sua herança, representando assim os publicanos e pecadores. O irresponsável logo foi à ruína. O texto a seguir nos relata o que lhe aconteceu ao passar necessidades: E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada” (Lucas 15.15-16).

Pais precisam aprender com essa parábola que seu amor e carinho devem superar todas as diferenças, quando percebem um coração de filho arrependido: “E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou” (Lucas 15.20). Isso mostra que o pai expressou seu amor e perdão antes mesmo do filho expressar o seu arrependimento.

Concluímos, portanto, que Deus nos responde antes mesmo de ouvir nossas orações, porque já sabe o que está em nossos corações. Há olhos de misericórdia em (...) quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão (...); como se estivesse no alto de uma torre acompanhando todos os movimentos do filho, esperando a primeira oportunidade para agir piedosamente. Nós também temos um Deus que é Pai, pronto a ir ao encontro daqueles que a Ele retornam, apesar da tristeza e dos ferimentos deixados, demonstrando um AMOR COMUM DE PAI PARA FILHOS TÃO DIFERENTES. Sejamos também assim nas relações paternais com os nossos filhos.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAUJO