“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a
ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para,
lançado fora, ser pisado pelos homens.”
(Mateus 5.13)
Todos nós sonhamos com um mundo melhor. Mas o que muitas vezes não
entendemos é que nós temos um papel fundamental nessa visão. Na mensagem de
Jesus, cumprir o nosso papel nessa empreitada é uma questão vital. O mundo se
tornará suportável ou não, para nós mesmos, a partir da nossa própria vida. Caso
não consigamos cumprir essa missão seremos os maiores prejudicados, pois, sendo
lançados fora do plano divino, passamos a ser tratados como uma coisa sem
nenhum valor na terra. E essa, por certo, é a mais dura realidade da vida
espiritual.
Segundo as palavras de Jesus, devemos
desempenhar uma influência vital sobre o mundo. Para explicar essa relação,
Cristo toma por base o modelo da ação do sal nos alimentos. Ele aproveita algo
que era bem conhecido entre os judeus para explicar a relação do crente com o
mundo. O sal tinha duas funções principais: dar sabor e preservar os alimentos.
O sal utilizado pelos judeus era encontrado no Mar Morto; apesar de não ser
puro, devido à mistura com outros minerais, era acessível a todos. Ao fazer
essa comparação, Jesus quis ensinar coisas muito importantes na vida, que todos
nós, cristãos, devemos considerar.
A primeira delas
é que o sal se mantém totalmente íntegro, independente da comida. Apesar de não
ser mais possível vê-lo, depois de acrescentado, podemos identificar com
clareza a sua presença na mistura. Não é a comida que dá sabor ao sal, mas sim o
contrário. Aprendemos com a lição de Cristo que seus discípulos devem ter uma
vida distinta do mundo. Quando participamos de alguma atividade, onde há
contato direto com pessoas não crentes, devemos ser distinguidos claramente por
intermédio do nosso comportamento e princípios. Em nenhum momento devemos adquirir
o “sabor do mundo”. Antes, ao contrário, o mundo deve adquirir sabor através da
nossa presença. Como o sal, devemos nos “diluir” na vida, fazendo com que
Cristo se torne visível por intermédio de nós.
Também aprendemos
na lição de Cristo que a influência do sal se dá naturalmente ao ser misturado com
os alimentos. Na verdade não há uma reação química que produza o sabor salgado.
O sal continua sendo sal, e o alimento também: o sabor se dá simplesmente pela
presença do sal na mistura. Devemos entender com isso que a nossa presença é modificadora,
bastando para isso sermos “o sal da terra”. Nossa importância
está no que realmente somos e representamos, e o nosso foco deve se assentar sempre
nesse princípio básico.
Podemos
depreender ainda que há uma dosagem certa de sal a ser colocada nos alimentos. Pouco
sal não tempera, muito a inutiliza. Do mesmo jeito, a nossa presença no mundo
dever ser na dosagem certa. Essa presença pode trazer benefícios, mas também
prejuízos. Podemos até afastar as pessoas, se a nossa “influência” não for bem
dosada.
Finalmente, o exemplo
do sal como conservante de alimentos, em especial a carne,
nos faz pensar que a Igreja de Jesus Cristo na terra é fundamental para preservar
a vida no mundo caído, em sua inevitavél decomposição. Devemos ser a ação
redentora de Deus! Assim, sendo “o sal da terra”, por certo comporemos
a RECEITA PARA UM MUNDO MELHOR.
Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO