“As eiras se encherão de trigo, e os lagares
transbordarão de vinho e de óleo. Restituir-vos-ei os anos que
foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o
meu grande exército que enviei contra vós outros.”
(Joel 2.24-25)
A vida nem sempre é feita só de
vitórias; muitas vezes perdemos algumas lutas também. E as nossas vitórias
acontecem não por nossos próprios méritos, mas sim porque temos um Deus
soberano, que não nos deixa perder. Ao não sermos vencidos nas lutas da vida, assim
acontece pela grandeza de nosso Deus, e não por nossa própria grandeza.
O texto de hoje marca o limite entre
a derrota e a vitória. As palavras do profeta Joel são a certeza da
intervenção de Deus em um tempo de dor e sofrimento. A mensagem trouxe
esperança às pessoas que sofreram perdas e muitas provações: uma guerra depois
da outra, agressões sistemáticas, inimigos de todos os tipos, cidades
continuamente destruídas, saques constantes, calamidades naturais, falta de
chuva e ainda pragas de gafanhotos. Esse cenário de destruição, com perdas por
todos os lados, tira toda esperança do povo.
Em tempos de crise, no entanto, o importante
é pensar que perdemos muito mais do que apenas coisas materiais. No contexto dessa
passagem, Israel tinha tido perdas materiais, espirituais e emocionais.
O que vemos nesses versículos é reflexo de algo maior: – quando Deus nos fala
em restituição há que ser considerado esses três aspectos.
A
restituição material é descrita como a renovação da fertilidade do
solo e o retorno das chuvas na medida certa: “Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, regozijai-vos no Senhor, vosso Deus,
porque ele vos dará em justa medida a chuva; fará descer, como outrora, a chuva
temporã e a serôdia (v. 23). Com isso Ele supre, com
fartura, a necessidade de alimentos do
povo: “e, respondendo, lhe disse: Eis que vos envio o cereal, e o vinho, e o
óleo, e deles sereis fartos, e vos não entregarei mais ao opróbrio entre as
nações” (v. 19).
A
restituição espiritual acontece por intermédio da genuína conversão.
Assim, o povo recebe o perdão de Deus: “Então, o Senhor
se mostrou zeloso da sua terra, compadeceu-se do seu povo” (v. 18). Ou seja, fica
marcado o reinício de um relacionamento justo e correto com o Senhor, com base
no cancelamento de todos os débitos por pecados. Poderiam agora tê-lo como seu único
Deus verdadeiro, recebendo os benefícios da sua comunhão plena, como nunca
antes experimentado: “Sabereis que
estou no meio de Israel e que eu sou o Senhor, vosso Deus, e não há outro; e o
meu povo jamais será envergonhado” (v. 27).
Finalizando o processo, a restituição da paz e da segurança. O
Senhor Todo-Poderoso promete devolver a paz e a segurança para o seu povo,
intervindo diretamente contra os inimigos de Israel: “Mas o exército que vem do Norte, eu o removerei para longe de vós,
lançá-lo-ei em uma terra seca e deserta; lançarei a sua vanguarda para o mar
oriental, e a sua retaguarda, para o mar ocidental; subirá o seu mau cheiro, e
subirá a sua podridão; porque agiu poderosamente” (v. 20). Só o
Senhor pode dar paz e segurança ao nosso coração. Portanto, quando pensarmos em
restituição, não devemos focar apenas nas coisas materiais, mas sim lembrar que
cremos no DEUS QUE PERDOA, RESTAURA
E ABENÇOA.
Rev. JOÃO
FIGUEIREDO DE ARAUJO