quinta-feira, 20 de setembro de 2012

NADA MENOS DO QUE DEUS, NADA MAIS DO QUE ELE


“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”
(Salmos 42.1-3)

Os atrativos desse mundo tem ganhado espaço no coração do homem, na sua busca por ocupar um vazio, que em verdade só pode ser preenchido por Deus. Rodeada de opções, a humanidade aparentemente já não sente mais saudades de Deus. O deus desse mundo – com “d” minúsculo mesmo – se encarrega de mascarar a nossa fome e a nossa sede daquilo que transcende a todo o entendimento, nos oferecendo tudo o que de material está à nossa disposição, sempre ao gosto do consumidor.

No texto de hoje estamos diante de outra realidade. Para aqueles que de fato amam a Deus as aspirações e desejos são diferenciados. Em vez de desejar as coisas do mundo, a vontade desses é estar na presença de Deus. O salmista compara esse desejo ao de um namorado apaixonado, que não vê a hora de encontrar-se novamente com a pessoa amada. Ele reforça a mensagem com a imagem de uma corça sedenta no deserto, que deseja ardentemente os ribeiros de águas. Em João 7.37-38 Jesus promete que para aqueles que virem a Ele, e beberem da sua fonte, fluirão ribeiros de água viva em seus corações. Isto ele disse em relação ao Espírito que haveriam de receber os que nele cressem (João 7.39a).

O desejo por Deus deve ser concretizado de uma forma prática e objetiva, sendo essa a motivação do salmista ao perguntar: quando irei e me verei perante a face de Deus?” A ausência de Deus lhe causa tristeza e dor: “As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite” (Salmos 42.3a).

Aqueles que realmente amam a Deus não encontram descanço em outra coisa, a não ser Nele (v. 2b): “O desejo de Davi é muito maior do que tinha pelas águas do poço de Belém”. Ele compara a sua respiração ofegante como a de um cervo. Ou melhor, de uma corça, porque o verbo no original está na forma feminina, e  dizem que a fêmea tem mais sede do que o macho. A sede da corça é aumentada quando ela corre para escapar dos caçadores, como parece ser a situação no caso indicado.

Mas afinal quando, de fato, sentiremos essa sede da presença de Deus? Será que apenas quando formos privados da oportunidade, como no caso de Davi? Note-se que muitas vezes Deus nos ensina o valor das coisas pela falta delas, e estimula o apetite dos meios de graça pela impossibilidade de dispor dos mesmos.

Nossa oração deve expressar um desejo ardende para que, de fato, venhamos a nos curar desse fastio, ou seja: uma certa apatia por tudo o que se relaciona ao SENHOR. Que possamos encontrar em Deus, no seu Espírito Santo que habita em nós, o ribeiro de água viva, para podermos dizer que desse mundo queremos apenas NADA MENOS DO QUE DEUS, NADA MAIS DO QUE ELE.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO