“Como suspira a corça pelas
correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma
tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”
(Salmos 42.1-3)
Os atrativos desse mundo tem ganhado espaço no coração do homem, na sua
busca por ocupar um vazio, que em verdade só pode ser preenchido por Deus. Rodeada
de opções, a humanidade aparentemente já não sente mais saudades de Deus. O
deus desse mundo – com “d” minúsculo mesmo – se encarrega de mascarar a nossa
fome e a nossa sede daquilo que transcende a todo o entendimento, nos oferecendo
tudo o que de material está à nossa disposição, sempre ao gosto do consumidor.
No texto de hoje estamos diante de outra realidade. Para aqueles que de
fato amam a Deus as aspirações e desejos são diferenciados. Em vez de desejar
as coisas do mundo, a vontade desses é estar na presença de Deus. O salmista compara esse desejo ao de um namorado apaixonado, que
não vê a hora de encontrar-se novamente com a pessoa amada. Ele reforça a
mensagem com a imagem de uma corça sedenta no deserto, que deseja ardentemente
os ribeiros de águas. Em João 7.37-38
Jesus promete que para aqueles que virem
a Ele, e beberem da sua fonte, fluirão
ribeiros de água viva em seus corações. Isto ele disse em relação ao Espírito que haveriam de receber os que
nele cressem (João 7.39a).
O desejo por Deus
deve ser concretizado de uma forma prática e objetiva, sendo essa a motivação do
salmista ao perguntar: “quando
irei e me verei perante a face de Deus?” A ausência de Deus lhe causa tristeza e dor: “As minhas lágrimas têm sido o
meu alimento dia e noite” (Salmos 42.3a).
Aqueles que realmente amam a Deus não encontram descanço em outra coisa, a não ser Nele
(v. 2b): “O desejo de Davi é muito maior do
que tinha pelas águas do poço de Belém”. Ele compara a sua respiração ofegante como a de um cervo.
Ou melhor, de uma corça, porque o verbo no original está na forma
feminina, e dizem que a
fêmea tem mais sede do que o
macho. A sede da
corça é aumentada quando ela corre
para escapar dos caçadores, como
parece ser a situação no caso indicado.
Mas afinal quando, de fato, sentiremos essa sede da presença de Deus? Será que apenas quando formos privados da oportunidade, como no caso
de Davi? Note-se que muitas vezes Deus nos ensina o valor das coisas pela falta delas, e
estimula o apetite dos meios de graça
pela impossibilidade de dispor dos
mesmos.
Nossa oração deve
expressar um desejo ardende para que, de fato, venhamos a nos curar desse fastio, ou seja: uma certa apatia por
tudo o que se relaciona ao SENHOR. Que possamos encontrar em Deus, no seu Espírito
Santo que habita em nós, o ribeiro de água viva, para podermos dizer que desse
mundo queremos apenas NADA MENOS DO QUE
DEUS, NADA MAIS DO QUE ELE.
Rev. JOÃO
FIGUEIREDO DE ARAÚJO