domingo, 2 de setembro de 2012

CHAMADOS PARA SER DIFERENTES


“No sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.”
(Efésios 4.22-24)

A falta de evidências da verdadeira conversão, entre aqueles que professam crer no Senhor Jesus, foi e continua sendo uma preocupação da Igreja do Nosso Senhor e Salvador nos tempos atuais. Muitas vezes encontramos pessoas que frequentam igrejas há anos, cujo comportamento, porém, está longe do que se espera de um servo de Deus. A resistência à mudança soa como um ato de desobediência, já que fomos instruídos pelo próprio Cristo sobre a necessidade de mudar. Dessa forma, o Mas não foi assim que aprendestes a Cristo (Efésios 4.20) denuncia o ato de desobediência deliberada, ressaltando a ruptura radical que deve existir entre o “antes” e o “depois” de Cristo na vida dos convertidos. Nas palavras do apóstolo Paulo, isso é comparado a um “despir-se” e logo depois “revestir-se”. Dentro desse contexto, espera-se que a mudança seja perceptível entre o “outrora” e o “agora”.

Biblicamente, todo convertido “morre” para sua vida anterior, “despindo-se do velho ser humano”. Portanto, espera-se que, como afirma a Palavra, Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus” (Rm 6.11). Essa forma de encarar a fé inevitavelmente torna-se visível em determinados comportamentos. Em virtude disso é que surge o imperativo de Paulo para “que vos dispais do velho ser humano conforme o modo de vida passado”. Quando o apóstolo usa a metáfora “despir” e “vestir”, fala de algo que deve acontecer na vida de todo novo convertido, individualmente. Escrevendo aos romanos, Paulo fala de “despir-se das obras das trevas”. Utiliza também uma linguagem figurada ao dizer que Vai alta à noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz” (Romanos 13.12). Mas, afinal, que obras das trevas são essas a que o apóstolo se refere?

Por certo, ele reitera o que já havia dito aos irmãos da igreja em Colossos – Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Colossenses 3.8-10). Portanto, as trevas são a ira, rancor, maldade, maledicência, palavras obscenas e mentiras.

O livramento dessas posturas e atitudes é possível porque uma transformação fundamental ocorre antes: o “despir-se do velho ser humano”, juntamente com tudo que o acompanhava. Em vez de manter os comportamentos anteriores à conversão, o discípulo de Cristo deve andar na verdade, com ternura, generosidade, proferindo palavras de edificação e carinho. Isso somente é possível devido à ação renovadora do Espirito Santo: “e fostes renovados no espírito do vosso entendimento”, ressalta Paulo. O “novo espírito” é o Espírito Santo de Deus, que preenche nossas vidas. Ele renova os sentidos, o coração e a razão dos crentes, gerando a consciência de que fomos CHAMADOS PARA SER DIFERENTES.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAÚJO