domingo, 29 de julho de 2012

PROMESSAS NO CALOR DA EMOÇÃO


“Entristeceu-se o rei, mas, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, determinou que lha dessem; e deu ordens e decapitou a João no cárcere.”
(Mateus 14.9-10)

Há dois momentos críticos na vida de uma pessoa, que podem levá-la a comportamentos ou atitudes insensatas: a pressão e a distração. Nessas duas situações as emoções ganham proporções elevadas, expondo a contextos perigosos. Em muitos casos a simples distração pode ser tão ou mais perigosa do que um momento de forte pressão.

No texto de hoje vemos um exemplo claro do que afirmamos no parágrafo anterior. Nele vemos o destino de um homem de Deus sendo decidido em meio a algazarras e muito divertimento. Era uma grande festa de aniversário em homenagem a Herodes, e ele estava impressionado com os movimentos graciosos, talvez até sensuais, da filha de Herodias.

Envolvido pelo calor das suas emoções, assume Herodes um compromisso sem nenhum sentido: Pelo que prometeu, com juramento, dar-lhe o que pedisse” (Mateus 14.7). Instigada pela mãe, a filha pede a Herodes a cabeça de João Batista em uma bandeja. Vejam que situação mais bizarra a gerada por alguém que, irresponsavelmente, diz a primeira coisa que lhe vem à cabeça!

Essa passagem nos mostra como podemos passar por situações constrangedoras quando, embalados pelas circunstâncias, tomamos decisões sem pensar. A angústia do rei, demonstrada por sua tristeza, é clara, mas ele não pode mais voltar a trás. O arrependimento exige um tipo de coragem que Herodes não tinha. Agradar aos outros foi muito mais fácil, pois o livrou do desconforto momentâneo que ele enfrentava.

O desejo de agradar a maioria pode nos levar a situações espinhosas, pois podemos prometer coisas que não temos condições de cumprir. E o pior acontece quando, cumprido o prometido, algum inocente sai perdendo. Os jovens, quando em busca de aprovação no grupo em que se relacionam, podem prometer coisas no calor das emoções. Depois essas promessas podem vir a comprometer, inclusive, a sua própria vida. Nem precisa ser um comprometimento da magnitude e gravidade daquele assumido pelo tetrarca Herodes, mas todas as promessas insensatas são, quase sempre, potencialmente prejudiciais.

É por essa razão que muitas vezes o resultado das nossas promessas é acompanhado de muita tristeza. O motivo é que não pensamos na hora em que nos comprometemos. As decisões impensadas normalmente geram desgastes e, com o passar do tempo, a nossa autoridade vai sendo corroída. Os nossos relacionamentos também são afetados com isso, pois passamos a ser vistos como pessoas insensatas e irresponsáveis. Tudo porque, às vezes, fazemos PROMESSAS NO CALOR DA EMOÇÃO.

Rev. JOÃO FIGUEIREDO DE ARAUJO